Em 1995 ele sonhava com a Europa das oportunidades e sucessos.
Mas “a areia esconde o que tem por baixo, e eu entalei o meu pé nesta Europa, neste Portugal. A realidade não é o que eu imaginava.”
O demorado processo de autorização de residência permanente – “O da minha mulher ainda não está completo” –, confrontos xenofóbicos com a polícia que lhe bateu dentro da loja – “Nem fiz queixa, para evitar retaliações” –, assaltos à loja e à carrinha – “A lei existe, mas é ao balcão que se decide. Se reclamo ainda é a mim que me fiscalizam!…” -, pouca faturação para os gastos que tem – “Mesmo que eu não venda nada, a luz está a gastar!” – …E apesar das 15 horas que normalmente trabalha por dia na loja, Jabed é um homem simpático e bom anfitrião, e reforça “Sou trabalhador e só quero viver honestamente”.
E ali está ele, atrás do balcão ou junto à entrada da loja, com um sorriso amigável, capaz de cumprimentar quem passa em pelo menos seis idiomas diferentes. Seis idiomas nos quais é fluente: bengali, hindi, urdu, nepali, inglês e português.