Manhã.
– Eu cozinho todos os dias, aprendo novas receitas. Vivo com outros paquistaneses pelo que acabamos por raramente preparar comida portuguesa. E nas compras temos de ter atenção aos rótulos, verificar se não contém porco ou algo que enquanto muçulmanos não comemos, tem de ser halal. Nos supermercados portugueses compro peixe, bacalhau, legumes, salada, azeite, detergentes e coisas para a casa. Carne não. Álcool não podemos beber, é haraam.
Tarde.
– Uma coisa que vejo na Europa de um modo geral, e aqui em particular, é que as pessoas não têm vergonha de fazer as suas próprias tarefas. No Paquistão é habitual ter-se empregados, motorista, cozinheiro, contratam outros para desempenhar diversas tarefas. Aqui não, cada um faz o seu próprio trabalho com orgulho. Penso que isso é uma forma de progresso.
Noite.
– Aqui a vida é melhor do que no Paquistão. Escolaridade elevada, um melhor estilo de vida, pessoas simpáticas, bom tempo…. Tenho fé que em breve consiga arranjar trabalho. Eu sou uma pessoa determinada. A língua portuguesa é uma língua difícil, mas eu sou esforçado.
Amanhecer.
– Desde que cheguei ao Laranjeiro, em Julho de 2019, não mudei uma única vez de casa.