Cristina – Marrocos

O avô de Cristina, Monsieur Sant’Ana, era uma figura importante em Safi. Ele e os seus três filhos homens trabalhavam na pesca, com uma pequena frota de traineiras. “Para mim Marrocos é mar, é o peixe fresco, são os homens a coser as redes e eu a saltar em cima delas. É o cuscuz, que continuo a cozinhar muitas vezes. O chá de menta, os frutos secos, as passas e o mel. Eram as casas grandes de porta aberta.”

Quando a família decidiu sair de Marrocos, Cristina esteve ainda uma temporada em Espanha e no Sul de França, em Cannes, onde iniciou o secundário. Quando finalmente se mudou para Almada, corria o ano 1978. “Saí de um pequeno mundo de Barbies e vim para um país em Revolução.” Andou no liceu francês em Lisboa, já que na sua família sempre se falava em francês. A adaptação à língua portuguesa foi difícil, “ainda agora continua a ser uma língua exigente para mim.”