O apetite nasce à mesa

Dois anos depois da chegada, a família reúne-se para jantar, sabendo hoje que sobreviver com conforto durante o período que leva a concluir o processo de legalização é o maior desafio.

– Tenho de usar este tempo para aprender como os processos funcionam em Portugal, apreender este país e a forma de vida das pessoas, e tendo isso em conta trabalhar e adaptar as minhas ideias. A minha família liga-me da Índia e diz-me «Se não está a resultar, vem-te embora!», mas eu digo-lhes que não, tenho esperança que o período mais difícil esteja quase a terminar, e enquanto isso a minha cabeça vai-se enchendo de ideias e cresce a minha vontade de estar ativa e fazer parte deste país, pelo que enquanto a legalização se conclui, eu estou a aprender o mais possível.

Havia uma garotinha chamada Shabnam que se sentava junto a uma janela em Mumbai, observando os ramos altos da figueira-de-bengala que ocupava a paisagem diante da sua casa. Essa garotinha costumava imaginar figuras de animais ou caretas humanas na forma como os ramos e as folhas se dispunham ao serem soprados pelo vento. A figueira-de-bengala é das maiores árvores do mundo e tem raízes aéreas, podendo cada raiz dar origem a um novo tronco. É uma árvore que pode por si só dar origem a uma floresta. Que este terreno lhes seja fértil para que os frutos consigam medrar deliciosos aqui.

Folhas da Figueira-de-Bengala, ou Banyam Tree – árvore nacional da Índia