Tasca do Zé – Pragal

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O Zé está cá há 24 anos – diz o amigo que bebe um copo de tinto com ele. – Esta casa tem mais de 100.
Antes disso José Lourenço trabalhara na Lisnave durante vinte anos. Ficou com este estabelecimento por trespasse. Na altura era taberna e mercearia, José acabou com a mercearia e reorganizou para café e restaurante. Logo aos primeiros dias teve muita clientela, passado um mês de lá estar já a casa era pequena.

Durante os tempos de construção da ponte Salazar, ao final da manhã, apareciam os homens a pedir umas travessas de carapaus fritos. Ou mandavam avisar que se preparasse um certo número de doses de bitoque. Juntavam-se também muitos camionistas na rua, uns pediam bacalhau cozido com batatas e feijão-verde, outros pediam pratos diferentes – para evitar desperdícios e rentabilizar o tempo, José decidiu pôr as batatas num alguidar, o feijão num outro, e os visitantes serviam-se. A hora de almoço sempre foi forte, recebendo estivadores, camionistas e gente dos escritórios. Confecionava o prato do dia, normalmente optando por pratos fortes, como a feijoada, a dobrada, o cozido. As frutas e legumes, os produtos frescos, eram comprados por ele no mercado de Almada, ida e volta de carreira. Quando trazia muita carga chamava um táxi. A dada altura comprou um triciclo para ir às compras.

O tempo livre era ocupado a jogar à bola, ficando desde essa altura com a alcunha “Zé da Bola”. Visitava também os bailes da Ramalha, do Monte da Caparica, de São João e de Almada.

É negócio de família, juntando-se inclusive várias gerações Lourenço em torno do negócio e do convívio. Os grelhados são o forte da casa. “O fogareiro é comigo!” – sublinha ele.